
Papa São Gregório Magno, por Francisco de Zurbarán
Gilbert Huddleston, Enciclopédia Católica
Doutor da igreja, nasceu em Roma por
volta de 540 e morreu em 12 de março de 604. "Ele é certamente uma das
figuras mais notáveis da história eclesiástica. Exerceu em muitos aspectos
uma enorme influência na doutrina, organização e disciplina da Igreja Católica.
Devemos olhá-lo se desejarmos uma explicação da situação religiosa da Idade
Média e, de fato, se seu trabalho não fosse levado em conta, a evolução da
forma cristã medieval seria inconcebível. Além disso, uma vez que o sistema
católico moderno é um desenvolvimento do catolicismo medieval, do qual se pode
razoavelmente dizer que Gregório é o pai. Quase todos os princípios
orientadores do catolicismo posterior são encontrados, pelo menos em germe, em
Gregório, o Grande". (F.H. Dudden, "Gregory the Great", 1, p.
V).
Este panegírico de um sábio escritor não-católico justificará a extensão e a complexidade do seguinte artigo.
Desde o nascimento até o ano de 1574
Este panegírico de um sábio escritor não-católico justificará a extensão e a complexidade do seguinte artigo.
Desde o nascimento até o ano de 1574
O pai de Gregório era Gordiano, um rico
patrício da célebre família Amicia, que possuía grandes propriedades na Sicília
e uma mansão na colina do Celio, em Roma, cujas ruínas estão sob a igreja de
Santo André e São Gregório. Sua mãe, Sílvia, também parece ser de uma boa
família, mas nada é conhecido de sua vida, embora ela seja honrada como santa,
sendo sua festa é mantida em 3 de novembro. Por ordem de Gregório, os retratos
de Gordiano e Sílvia foram pintados e uma descrição agradável deles pode ser
encontrada em “Juán el Diácono” (Vita, IV, LXXXIII). Além de sua mãe, duas tias
- as duas irmãs de Giordano - foram canonizadas, Tarsilla e Emiliana. Portanto,
Juán el Diácono fala de sua educação como a de um santo entre os santos. Desde
os primeiros anos, não sabemos nada além do que a história de seu tempo nos
diz.
Entre 546 e 552, Roma foi capturada pela
primeira vez pelos godos de Titila e depois abandonada. Então, Belisário
deixara ali uma guarnição, que fora cercada pelos godos, mas logo retomada. No
entanto, perdera-a em definitivo quando fora chamado a combater em Narres.
Tanto a mente como a memória de Gregório eram extraordinariamente receptivas, e
tais catástrofes produziam nele uma certa tristeza, que corria em seus escritos
especialmente relacionada à expectativa de um fim rápido do mundo. Não há
detalhes de sua educação. Gregório de Tours, eminente e santo bispo francês,
nos diz que, na retórica, gramática e dialética, ele era tão hábil que era
considerado o melhor nestas áreas em toda Roma. Também parece certo que ele
passou por algum curso de estudos legais. O ambiente religioso não era o menos
importante em sua educação. Ele gostava de meditar nas Escrituras e ouvir
atentamente as conversas de seus anciãos, o que o levou a dedicar-se a Deus
desde a juventude.
Sua posição social tornou-o um candidato
natural a uma carreira pública, logo, certamente passou pelos escritórios
subordinados, onde um jovem patrício treinava para a vida pública – equivalente
aos estágios modernos. Em 573, com pouco menos de 30 anos, encontrava-se
Gregório no importante escritório do prefeito da cidade de Roma, que embora já fosse
decadente, ainda era a mais alta dignidade civil da cidade. Portanto, somente
após longo período de oração e lutas internas, Gregório decidiu que abandonaria
tudo para se tornar um monge, o que aconteceu em 574, provavelmente. Uma vez que
a decisão foi tomada, ele se dedicou corpo e alma à austeridade de sua nova
vida. Suas terras na Sicília foram doadas para a fundação de seis mosteiros e
sua casa no monte Celia tornou-se outro mosteiro sob o patrocínio de Santo
André. Neste mesmo lugar, vestiu o capuz, de modo que "aquele que
costumava vagar pela cidade vestido com a trabea (veste de gala da Roma Antiga)
e brilhar com seda e jóias, agora vestiu roupas miseráveis e serviu o altar
do Senhor" (Greg. Tur., X, I).
Como monge e abade (574-590)
Há discussões sobre se Gregório e os
monges de Santo André seguiram a Regra de São Bento. Barônio e outros negaram-no,
enquanto Mabillon e os Bolandistas o afirmaram. A controvérsia é importante
apenas em vista da questão do monaquismo introduzida por Santo Agostinho de
Cantuária na Inglaterra e pode-se dizer que a posição de Barônio é praticamente
abandonada. Durante três anos, Gregório viveu retirado no mosteiro de Santo
André, um período em que frequentemente ele aponta como o mais feliz de sua
vida. Sua grande austeridade é manifestada por seus biógrafos e provavelmente
foi a causa da doença estomacal, com a qual padeceu pelo resto de sua vida. No
entanto, logo foi removido de sua reclusão quando, em 578, o papa Pelágio II o
ordenou, contra sua vontade, como um dos sete diáconos (regionarii) de Roma. Foi
um período crítico para Roma. Os lombardos avançaram rapidamente à cidade e a
única chance de salvá-la parecia ser recorrer à ajuda do Imperador Tibério, que
estava em Bizâncio. O papa, então, enviou uma embaixada especial a Tibério,
nomeando Gregório apocrisiário, ou seja, embaixador permanente no tribunal de
Bizantino, cargo que ocupou entre 579 e 585.
Nada podia desagradar tanto São Gregório
quanto a atmosfera mundana da corte bizantina, e para contrariar sua
influência, ele continuava a vida monástica tanto quanto as circunstâncias
permitiam. Isto foi possível porque ele foi acompanhado por alguns de seus
irmãos de Santo André, com quem orou e estudou as Escrituras, o que resultou em
sua "moral", os comentários ao Livro de Jó, escritos durante este
período a pedido de São Leandro de Sevilla, que conhecera em Constantinopla.
Gregório estava muito interessado na controvérsia do Patriarca de Constantinopolitano,
Eutíquio, sobre a Ressurreição. Eustíquio publicara um tratado sobre o assunto,
afirmando que os corpos ressuscitados dos eleitos seriam "impalpáveis,
mais leves do que o ar". A este, o então embaixador objetou com a
palpabilidade do corpo ressurrecto de Cristo. A discussão arrastou-se e
tornou-se amarga até que o imperador interveio, chamando ambos os discordantes a
apresentar seus pontos de vista diante de um público seleto. Foi decidido que
Gregório tinha razão e ordenou-se que o livro de Eutíquio fosse queimado. A
tensão das disputas tinha sido tão intensa que ambos ficaram doentes; o santo
se recuperou, mas não o patriarca, que permaneceu enfermo até a morte.
Deve-se mencionar o fato curioso de que,
a despeito de sua longa permanência em Constantinopla, São Gregório nunca
dominou o grego, sequer de maneira rudimentar. Quanto ao objetivo do papa de
obter ajuda para Roma, a permanência do santo em Constantinopla foi um
fracasso. No entanto, seu mandato como embaixador ensinou muito claramente uma
lição que mais tarde viria a dar grandes resultados quando reinou em Roma como
papa: que jamais se deveria esperar ajuda de Bizâncio, e que se Roma e a Itália
se salvariam, seria apenas com as ações independentes e vigorosas dos poderes
locais.
No
ano de 585, Gregório foi convocado a Roma e retornou a Santo André, onde foi
abade. O mosteiro tornou-se famoso sob seu comando rígido: muitos monges que
mais tarde se tornaram célebres saíram desse período gregoriano no mosteiro. Em
seus "Diálogos", podem ser encontradas descrições vívidas do período.
O santo passou muito tempo ensinando as Sagradas Escrituras e o Heptateuco. Um
jovem aluno chamado Cláudio nas aulas, mas Gregório viu que continham muitos
erros e insistiu para que fossem corrigidos e revisados, o que, aparentemente,
nunca foi feito, já que os fragmentos que existem de tais obras são espúrios.
Neste período, foi concluída uma empresa
intelectual gregoriana grandiosa: revisão e publicação de "Magna
Moralia", ou leituras do livro de Job, escrito em Constantinopla, a pedido
de São Leandro. Numa de suas cartas (Ep., V, LIII) Gregório faz um relato
interessante da origem de seu trabalho. Foi narrado o famoso incidente do
encontro do então abade com jovens ingleses. Esta primeira menção do evento
está na biografia de Whitby (c, IX), e toda a história parece ser uma tradição
inglesa. Vale ressaltar que, no manuscrito da abadia de São Galo, não aparecem
como jovens escravos expostos à venda, mas como homens que visitam Roma por sua
própria vontade e despertaram no santo o desejo de vê-los. É o Venerável Beda
(Hist. Eccl., II, I) o primeiro a mostrá-los como escravos. A conseqüência da
reunião foi o desejo ardente de Gregório de converter o povo inglês. Obteve,
então, a permissão do papa Pelágio II para ir pessoalmente à Grã-Bretanha com
alguns monges como missionários.
Os romanos não aprovaram a permissão do
Papa e pediram, com duras palavras, o retorno da missão. O forte sentimento do
povo romano de que Gregório não deveria deixar Roma advinha de sua posição na
cidade, a saber, ele era o principal assessor e assistente de Pelágio, para
quem trabalhou como secretário (veja a carta do Bispo de Ravenna a Gregory
Epp., III, LXVI, "Sedem apostolicam, quam antae moribus nunc etiam honore
debito gubernatis"). Nesta performance, provavelmente em 586, Gregório
escreveu sua importante carta aos bispos cismáticos de Istria, que se separaram
da comunhão da Igreja, sobre a questão dos Três Capítulos (Epp., Apêndice, III,
III). Este documento, quase tão longo como um tratado, é um exemplo admirável
da habilidade de São Gregório, mas não produziu mais efeitos do que as duas
cartas anteriores de da Sua Santidade. Os mensageiros foram enviados
imediatamente para trazê-los de volta a Roma - pela força, se necessário. No
terceiro dia de viagem, os missionários foram alcançados. Gregório não se opôs à
volta, desde que recebesse um sinal do céu para abandonar sua empreitada.
O ano de 589 foi desastroso para todo o
império. Na Itália, houve uma inundação sem precedentes. Fazendas e casas foram
lavadas pela corrente. O Tibre transbordou destruindo numerosos edifícios,
entre eles os celeiros da Igreja com todo o grão armazenado. Além das inundações,
veio a peste e Roma tornou-se a verdadeira cidade dos mortos. Os negócios foram
paralisados e as ruas ficaram desertas. Os únicos que eram vistos vagando eram
os responsáveis pelo recolhimento dos cadáveres. Para completar a situação
periclitante, em 590 morreu Pelágio II. Eis o sinal que o santo pedira.
A eleição do sucessor estava nas mãos do
clero e do povo de Roma e eles escolheram, sem hesitação, o abade de Santo
André. Apesar da unanimidade, Gregório sentiu-se sobrecarregado com a dignidade
que lhe foi oferecida. Ele sabia, sem dúvida, que a aceitação significava uma
despedida total da vida de clausura que tanto amava, por isso não só recusou-se
a aderir às súplicas de seus concidadãos, mas escreveu ao próprio Imperador
Maurício, implorando-lhe que não confirmasse as eleições. Germano, prefeito da
cidade, destruiu esta carta, enviando, por sua vez, o resultado da eleição.
Enquanto a resposta do imperador era aguardada, aquele que viria a ser papa cuidou
dos assuntos ligados ao Trono de Pedro, juntamente com dois ou três outros
altos funcionários.
A praga continuou sem trégua e Gregório
conclamou a cidade para uma grande procissão em sete colunas, que teve início
de cada um dos sete distritos da cidade até o encontro geral diante da basílica
da Virgem. Ao longo do caminho, os penitentes pediram perdão e remissão da
pestilência. O sucesso das súplicas é lembrado hoje no nome de
"Sant'Angelo", dado ao mausoléu de Adriano, pela lenda de que o anjo
São Miguel tinha sido visto no topo de um monumento, envolvendo sua espada como
sinal de que a praga havia acabado.
Finalmente, depois de seis meses de
espera, a resposta do imperador chegou, confirmando a eleição do Papa Gregório.
O santo, aterrorizado com a notícia, pensou em fugir. Ele foi levado à Basílica
de São Pedro e consagrado Papa em 3 de setembro de 590. A história de sua fuga
para a floresta, onde permaneceu escondido por três dias, até que seu
esconderijo foi revelado por uma luz sobrenatural, parece uma invenção que é
lida pela primeira vez na biografia escrita por Whitby (c-vii) e contradiz as
palavras de seu contemporâneo Gregório de Tours (Hist. Franc., X, i). Gregório
nunca deixou de se arrepender da eleição e, em seus últimos escritos, há
numerosas expressões de seus sentimentos profundos nesta matéria.
Como Papa (590-604)
Restavam quatorze anos de vida ao agora
Papa Gregório e, neles, trabalhou o suficiente para esgotar as energias de toda
a vida. O que torna suas conquistas mais maravilhosas é a má saúde de que gozou
permanentemente. Ele sofreu quase continuamente por indigestão e longos
períodos de febre, enquanto o último período de seu pontificado foi marcado pela tão temida gota. Apesar da
gravidade do estado clínico, seu biógrafo, Paulo, o diácono, nos diz que
"nunca descansou" (Vita, XV). Seu trabalho como Papa é tão vasto que
urge apresentá-lo em seções, mesmo que a precisão da seqüência cronológica seja
comprometida.
No início do pontificado, São Gregório
publicou seu "Liber Pastoralis curae", um guia monumental do ofício
dos bispos, no qual ele expressa claramente as diretrizes em que estes devem atuar
e que resultados devem alcançar. O trabalho, que vê o bispo como médico das
almas, é dividido em quatro partes. Ele ressalta, em primeiro lugar, que apenas
um especialista médico das almas está preparado para se submeter à "lei
suprema" do episcopado. No segundo ponto, descreve como a vida de um bispo
deve ser ordenada do ponto de vista espiritual. No terceiro, como ele deve
ensinar e aconselhar os que estão sob sua responsabilidade; enquanto no quarto,
como, apesar de suas boas ações, ele deve ter em mente sua própria fraqueza
porque quanto melhor seu trabalho é maior o perigo de cair na autoconfiança e
na soberba.
Este pequeno livro é a chave para a vida
de Gregório como Papa, porque ele fez exatamente o que pregou. Além disso,
permaneceu durante séculos como o manual do episcopado católico, por isso sua
influência moldou o caráter da igreja e seu espírito se espalhou por toda parte.
Vida e obra em Roma
Como Papa, São Gregório continuou a
viver de acordo com a disciplina e a simplicidade monásticas. Um de seus
primeiros atos consistiu em suprimir todos os servos leigos do Palácio de
Latrão colocando clérigos em seu lugar. Como não havia nenhum magister militum que vivesse em Roma, o
controle dos militares foi exercido pelo por ele mesmo. As incursões dos
lombardos haviam enchido a cidade de uma multidão de refugiados, de cujo
sustento Gregório assumiu o comando usando as organizações eclesiásticas dos
distritos eclesiásticos, cada um dos quais tinha um diaconato ou
"escritório de esmola". O grão que foi distribuído veio
principalmente da Sicília e foi fornecido pelas terras da Igreja. As
necessidades temporais das pessoas foram cobertas e o santo não abandonou suas
necessidades espirituais, o que nos legou uma miríade grandes sermões. Foi ele
quem estabeleceu as "estações" que ainda são observadas no missal
romano (ver ESTAÇÕES).
Gregório encontrou-se com o clero e as pessoas
numa igreja previamente escolhida e todos juntos foram em procissão para a
igreja da estação, onde a missa foi celebrada e ele pregou. Esses sermões que
atraíram imensas multidões são geralmente exposições simples e populares da
Escritura. O notável é o domínio que o pregador tinha da Bíblia, a qual citava
continuamente, bem como o uso freqüente de anedotas para ilustrar o ponto em
questão, preparando o caminho para pregadores populares medievais.
Em julho de 595, reuniu seu primeiro
sínodo em São Pedro, composto quase exclusivamente de bispos periféricos e
sacerdotes das igrejas titulares romanas. Foram aprovados seis decretos sobre a
disciplina eclesiástica, alguns deles confirmando as mudanças já feitas pelo
Papa por iniciativa e autoridade própria.
Ainda há muita controvérsia sobre o
alcance das reformas de Gregório na liturgia romana. Todos admitem, porém, que
ele fez as seguintes modificações nas práticas existentes:
- No Cânon da Missa, ele
apresentou as palavras "diesque
nostros em tua pace disponas, atque ab aeterna damnatione nos eripi, et in
electorum tuorum jubras grege numerari";
- Estabeleceu a recitação do Pai
Nosso no Cânon antes da fração da hóstia.
- Admitiu que o Alleluia seria cantado após o Gradual
fora do período da Páscoa, quando os romanos aparentemente o limitavam.
- Proibiu o uso de casulas por
diáconos que assistiam à Missa.
- Proibiu subdiáconos de
participarem das partes musicais da Missa, exceto no canto do Evangelho.
Em relação ao sacramentário gregoriano,
muito discutido, e ao ponto ainda mais difícil de sua relação com o cântico
simples da Igreja, a autoridade mais antiga parece ser o de João, o diácono
(Vita, II, VI, XVII).
Mas não há escassez de evidências da
atividade de Gregório como administrador do patrimônio de São Pedro. Em seu
tempo, as posses da Igreja atingiram vastas dimensões. Diferentes estimativas
dão de 1300 a 1800 milhas quadradas e parece não haver razão para pensar que é
um exagero, enquanto a renda que produziram foi cerca U$ 1.500.000 por ano (Números
relativos ao longínquo ano de 1909).
A terra estava em diferentes lugares -
Campania, África, Sicília etc. - e como senhor de todas elas, o Papa mostrou
uma capacidade financeira e administrativa que ainda nos surpreende. Assim como
surpreendeu os inquilinos e os agentes, que encontraram um novo dono, ao qual
não era fácil trapacear ou defraudar. A administração patrimonial foi realizada
por alguns agentes de diferentes níveis e responsabilidades que estavam sob as
ordens de um funcionário chamado reitor ou defensor do patrimônio.
Anteriormente, em geral, os defensores tinham sido leigos, mas Gregório
estabeleceu o costume de nomear eclesiásticos para o cargo. Assim, pode-se
encontrar casos em que os reitores se encarregaram de ocupar as sedes vacantes dos
bispados e a celebração dos sínodos locais, procedendo contra os hereges,
providenciando a manutenção das igrejas e mosteiros, corrigindo os abusos nas
igrejas de seus distritos, exigindo o cumprimento da disciplina eclesiástica e
até a desaprovação e correção de alguns bispos. Os reitores, porém, eram
proibidos de intervir em assuntos de iniciativa papal.
Nas minúcias da administração, nada era
pequeno demais para ser levado em conta. São Gregório encontrou tempo para
escrever instruções detalhadas. Sua determinação em assegurar que o patrimônio fosse
administrado adequadamente é evidenciada no grande número de cartas que tratam
do assunto. Como bispo, ele era o administrador de Deus e de São Pedro e seus
agentes tiveram que demonstrar que estavam cientes disto. O resultado foi que,
sob seu pontificado, as terras da igreja aumentaram de valor, os inquilinos
ficaram satisfeitos e os benefícios pagos com uma regularidade sem precedentes.
A única “culpa” que lhe pode ser atribuída é que, devido à sua caridade
ilimitada, o tesouro foi esvaziado. Mas isso, se fosse de fato imputável, seria
a consequência natural da convicção de que ele era o administrador da
propriedade dos pobres, para quem ele nunca pensou que faria o suficiente.
Relações com as igrejas
periféricas
Como patriarcas do Ocidente, os papas
têm uma jurisdição especial. Além de seu primado universal, como sucessores de
Pedro e entre as igrejas ocidentais, essa jurisdição se estende muito
intimamente sobre as igrejas da Itália e as ilhas adjacentes. No continente,
muitas das terras estavam nas mãos dos lombardos, com cujo clero ariano
Gregório não estava em comunhão. Mas sempre que ele podia providenciar as
necessidades dos fiéis desses lugares, o fazia, muitas vezes juntando-se a eles
na diocese limítrofe quando eram muito poucos para ter um bispo. Nas ilhas, das
quais a mais importante foi a Sicília, a ordem pré-existente foi mantida. Foram
nomeados vigários, que costumavam ser os metropolitanos da província, os quais
exerciam a supervisão geral de toda a igreja.
Ele também insistiu na celebração dos
sínodos locais, conforme organizado pelo Conselho de Nicéia, e há cartas
dirigidas aos bispos da Sicília, da Sardenha e da Gália, lembrando-lhes os seus
deveres a este respeito. O melhor exemplo da intervenção gregoriana nos
assuntos das dioceses ocorreu na Sardenha, onde o bispo metropolitano de
Cagliari, senil e já débil mental, levou a igreja a um estado semicaótico. Um
grande número de letras relaciona as reformas introduzidas pelo Papa (Epp., II,
XLVII, III, XXXVI, IV, IX, XXIII-XXVII, XXIX, V, II, IX, I, XI, CCII-CCIV, XIV,
II).
Sua preocupação com a eleição do bispo,
quando se dava uma sede-vacância, é visível em muitos casos e, se após examinar
exaustivamente o candidato, o considerava inadequado, não hesitava em
rejeitá-lo e ordenar que outro fosse escolhido (Epp., I, LV, LVI, VII, XXXVIII,
X, VII). Re (Epp., II, XLVII, III, XXXVI, IV, IX, XXIII-XXVII, XXIX, V, II, IX,
I, XI, CCII-CCIV, XIV, II). Quanto à disciplina, era bastante rigoroso,
exigindo o cumprimento das leis eclesiásticas sobre o celibato (Epp., I, XLII,
1, IV, V, XXVI, XXXIV, VII, I, IX, CX, CCXVIII, X, XIX, XI). , LVI a; XIII,
XXXVIII, XXXIX); a isenção dos clérigos dos tribunais seculares (Epp., I, XXXIX
a; VI, XI, IX, LIII, LXXVI, LXXIX, X, IV, XI, XXXII, XIII, 1); e a destituição
de todos os eclesiásticos culpados de crimes ou escândalos (Epp., I, XVIII,
XLII, III, XLIX, IV, XXVI, V, V, XVII, XVIII, VII, XXXIX, VIII, XXIV, IX, XXV;
XII, III, X, XI, XIV, II). Ele foi inflexível ao aplicar os benefícios da
igreja, insistindo que outros deveriam ser tão rigorosos como ele estava em
providenciar fins adequados (Epp., I, X, LXIV, II, XX-XXII, III, XXII; IV, XI,
V, XII, XLVIII, VIII, VII, XI, XXII, LVI a, XIII, XLVI, XIV, II).
Em relação às igrejas ocidentais, a
falta de espaço impede uma descrição detalhada da maneira de proceder de Gregório,
mas a seguinte citação, mais valiosa de uma autoridade protestante, indica
muito claramente a linha que se seguiu: "Nas suas relações com a as
igrejas do oeste, Gregório Magno agiu submetendo-as inequivocamente à
jurisdição da Sé de Roma. Não só não renunciou a um pouco dos direitos
reivindicados por seu antecessor, como fez tudo o que pôde para fortalecer e
ampliar o que ele entendia ser apenas prerrogativas do Papado. É verdade que
ele respeitou os privilégios dos patriarcas ocidentais e desaprovou a
interferência desnecessária na esfera da jurisdição canônica exercida” (Dudden,
I, 475).
Sua maneira de se relacionar com as
igrejas orientais, particularmente com a de Constantinopla, tem uma importância
especial para julgar os eventos subseqüentes. Não há nenhum dado que Gregório tenha
reivindicado para a Sé Apostólica e para si mesmo como o Papa, o primado, não
de honra, mas da suprema autoridade sobre a Igreja Universal. Contudo, nas
Epístolas (Epp., XIII, l), fala da Sé Apostólica, que é a cabeça de toda a Igreja
"e em Epp., V, CLIV., diz:" Eu, embora indigno, fui encarregado da
Igreja". Como o sucessor de Pedro, o Papa recebeu de Deus o primado sobre
todas as igrejas (Epp., II, XLVI, III, XXX, V, XXXVII, VII, XXXVII). Sua
aprovação é o que deu força aos conselhos ou sínodos (Epp., IX, CLVI) e sua
autoridade poderia anulá-los (Epp., V, XXXIX, XLI, XLIV). Ele podia ser requisitado
até mesmo contra os patriarcas e, por ele, os bispos foram julgados e
corrigidos, se necessário. (Epp., II, l, III, LII, LXIII, IX, XXVI, XXVII).
Esta posição, naturalmente, tornou
impossível permitir o uso do título de Bispo Ecumênico assumido pelo Patriarca
de Constantinopla, João, o jejuador, em um sínodo realizado em 588. Gregório
protestou e seguiu uma longa polêmica que ainda não havia sido resolvida quando
de sua morte. É irrelevante expor tal controvérsia aqui, mas é importante
mostrar como Gregório considerava que os patriarcas orientais estavam sujeitos
a ele "como a Igreja de Constantinopla". Ao mesmo tempo, o Papa teve
muito cuidado de não interferir nos direitos canônicos dos outros patriarcas e
bispos. Suas relações com os orientais foram muito cordiais, como pode ser
visto em suas cartas aos patriarcas de Antioquia e Alexandria.
Relações com o poder imperial
O pontificado de Gregório Magno
constitui em si uma época da história papal, sobretudo em sua atitude em
relação ao governo imperial de Constantinopla. Gregório parece ter considerado
a Igreja e o Estado formando um todo unido que atua em duas esferas diferentes,
eclesiásticas e seculares. Sobre esta associação, na qual o Papa e o imperador,
cada um supremo em seu departamento, e tendo o cuidado de mantê-los cada tanto
quanto possível, diferentes e independentes. Mas houve uma dificuldade: o
pontífice sustentou que era obrigação do governante secular proteger a Igreja e
preservar a "paz da fé" (Mor., XXXI, VIII), então ele freqüentemente
pediu a ajuda do braço secular, não apenas para reprimir o cisma, a heresia da
idolatria, mas também para impor disciplina entre monges e clérigos (Epp., I,
LXXII; II, XXIX; III, LIX; IV, VII, XXXII; V, XXXII; VIII; IV; XI, XII, XXXVII,
XIII, XXXVI).
Se o imperador interferisse nos assuntos
da igreja, era política do papa contemporizar o máximo possível, a menos que a
obediência fosse pecaminosa, de acordo com o princípio estabelecido em Epp. XI,
XXIX; "Quod ipse [imperator] fecerit, se canonicum est, sequimur; se vero
canonicum non est, em seno quântico peccato nostro, portamus". Ao tomar este
passo, Gregório certamente foi influenciado pelo profundo respeito pelo
imperador que ele viu como representante de Deus em todas as coisas seculares e
que devia ser tratado com o máximo respeito, mesmo quando ele parecesse um
intruso nas fronteiras da autoridade papal. Por sua parte, também se opôs
fortemente às interferências da autoridade eclesiástica em assuntos seculares.
Obra missionária
Seu zelo pela conversão dos pagãos,
especialmente os anglos, já foi mencionado. Foi no pontificado gregoriano que
Agostinho de Cantuária foi enviado a onde hoje é a Inglaterra e mudou a
história daquele povo. Para ser justo para o grande Papa, deve-se acrescentar
que não perdeu, em pessoa, a oportunidade de exercitar seu zelo missionário e dispendeu
todos os esforços para reprimir o paganismo na Gália, o Donatismo na África e o
cisma dos Três Capítulos no norte da Itália e em Istria. Quanto aos hereges
cismáticos e pagãos, seu método era usar todos os meios - persuasão, exortação,
ameaças - antes de recorrer à força, mas, se o tratamento mais suave falhava,
não duvidava, segundo as idéias de seu tempo, recorrer à força, solicitando a
ajuda do braço secular. É curioso, portanto, encontrá-lo atuando como protetor
dos judeus; no Epp., eu, XIV, denuncia expressamente o batismo forçado de
judeus e, em muitos casos, insiste no direito à liberdade de ação, desde que a
lei permita, tanto em matéria civil como no serviço da sinagoga. (Epp., I,
XXXIV, II, VI, VIII, XXV, IX, XXXVIII, CXCV, XIII, XV). Em contrapartida, era difícil impedir que os
judeus excedessem os direitos que lhes eram conferidos pela lei imperial,
especialmente no que diz respeito à sua propriedade de escravos cristãos (Epp.,
II, VI, III, XXXVII, IV, IX, XXI; VI, XXIX, VII, XXI, VIII, XXI, IX, CIV,
CCXIII, CCXV).
Gregório Magno e o monarquismo
Embora São Gregório Magno tenha sido o
primeiro monge a tornar-se Papa, ele não contribuiu especialmente para ideais
ou práticas monásticas. Tomou como base a Regra de São Bento e a buscou
estabelecer universalmente. Seus esforços foram focados em reforçar e fazer
cumprir as prescrições do maior dos legisladores monásticos. Tendeu a modificar
levemente o trabalho de São Bento, visando transformá-lo em um relacionamento
mais íntimo com a organização da Igreja, particularmente com o Papado, embora
não o tenha planejado. Ele estava convencido de que o sistema monástico tinha
um valor especial para a Igreja e fez o que estava ao seu alcance para
espalhá-lo e propagá-lo. Sua propriedade privada foi dedicada a esta empreitada
e muitas pessoas ricas foram solicitadas para ajudar os mosteiros, usando os
benefícios de seu patrimônio para tal propósito. Gregório nunca se cansou de
corrigir abusos e disciplinas imponentes. As cartas que lidam com isso são
muito numerosas para citar aqui: os pontos em que ele insiste são precisamente
aqueles, estabilidade e pobreza, sobre os quais a recente legislação de São
Bento havia colocado interesse especial. Apenas duas vezes vimos algo
semelhante à legislação direta do Papa. O primeiro ponto é a idade em que uma
freira poderia ser abadessa, fixada em pelo menos sessenta anos "(Epp.,
IV, XI) e a segunda o prolongamento do período do noviciado. São Bento havia prescrito
pelo menos um ano (Reg. Ben., LVIII); enquanto o Santo Padre (Epp., X, IX)
prescreveu dois - e com cautela especial no caso dos escravos que queriam se
tornar monges.
Mais importante foi sua linha de ação na
difícil questão da relação entre os monges e seu bispo. Há muita evidência de
que muitos bispos aproveitaram sua posição para oprimir os monastérios de suas
dioceses com encargos, de modo que os monges apelaram para o Papa buscando
proteção. Embora Gregório tenha mantido a jurisdição espiritual dos bispos, ele
foi firme em apoiar os monges contra as agressões ilegais. Todas as tentativas episcopais
de assumir um novo poder sobre os monges de suas dioceses foram condenadas. Por
vezes, o Papa emitia documentos chamados Privillegia,
através dos quais, restaram definitivamente resolvidos certos pontos em que os
monges estavam isentos de controle episcopal (Epp, V, XLIX ;. VII, XII, VIII,
XVII, XII, XI, XII, XIII ). Graças a essas ações, iniciou-se o longo progresso que
culminou com a passagem do controle das organizações monásticas diretamente ao
Papa. A vida monástica não era compatível com o trabalho da Igreja como a cura
das almas, a pregação, a administração dos sacramentos etc.
Morte, canonização, relíquias e
brasão
Os últimos anos da vida de Gregório
foram preenchidos com sofrimentos de todos os tipos. Sua mente, por natureza,
estava cheia de apreensões e seus contínuos sofrimentos corporais aumentaram de
intensidade. Seu "único consolo foi que a morte chegaria em breve"
(Epp., XIII, XXVI). O final chegou em 12 de março de 604 e, no mesmo dia, o
corpo foi enterrado em frente à sacristia, no pórtico da Basílica de São Pedro.
Desde então, seus restos foram movidos várias vezes; o movimento mais recente foi
ordenado por Paulo V em 1606, quando foram colocados na capela de Clemente V,
perto da entrada da sacristia moderna. Há quem diga que o corpo foi levado a
Soissons, na França, no ano de 826, mas outro sustentam que era apenas uma
grande relíquia. Beda, o Venerável (Hist. Eccl., II, I), traz o epitáfio em seu
túmulo com a famosa frase chamando-o de cônsul de Deus.
A canonização de Gregório aconteceu
imediatamente após sua morte, por aclamação popular, e ele superou uma reação
contra sua memória que veio pouco depois. A arte mostra o grande Papa vestido
com todos os ornamentos pontifícios, com a tiara e a cruz dupla. Seu brasão
especial é uma pomba, em referência à conhecida história mencionada por Pedro, o
diácono (Vita, XXVIII), que narra que, quando o Papa ditava suas homilias sobre
Ezequiel, havia uma cortina entre seu secretário e este, enquanto o Papa
permaneceu em silêncio durante por muito tempo, abriu um buraco na cortina e
viu uma pomba sentada na cabeça de Gregório, com o bico entre os lábios. Quando
o animal retirou o seu bico, o Santo Pontífice falou e o secretário apontou
suas palavras; mas quando ele permaneceu em silêncio, o servo olhou pelo buraco
e viu que a pomba voltara a colocar seu bico entre os lábios do homem. Muitos
milagres são atribuídos a ele, de modo que a falta de espaço impede até o
catálogo mais superficial.
Conclusão
Está além do propósito destas linhas
tentar elaborar uma estimativa do trabalho, influência e caráter do Papa São
Gregório Magno, mas parece justo se concentrar em alguns dos aspectos que
indicamos acima. Em primeiro lugar, talvez seja melhor esclarecer o terreno
admitindo francamente o que ele não era. Ele não era um homem de profundo
conhecimento, nem um filósofo, nem um bom conversador; ele não era um teólogo
no sentido construtivo do termo. Ele era um advogado romano, administrador e
monge, missionário, pregador e, acima de tudo, um médico de almas e um líder. A
coisa mais importante a lembrar é que ele era o verdadeiro pai do Papado
medieval (Milman). Em relação ao espiritual, deixou na mente dos homens a
impressão, de forma sem precedentes, de que a visão de Pedro era a autoridade
suprema e decisiva na Igreja Católica.
Durante seu pontificado gregoriano, foram
estabelecidas boas relações entre a Igreja de Roma e as da Espanha, da Gália,
da África e do Ilírico. A influência na Grã-Bretanha era tal que Gregório era
chamado de apóstolo dos ingleses. Nas igrejas orientais, ele também exerceu a
autoridade papal com uma frequência incomum antes de seu papado e até o
patriarca de Alexandria se submete humildemente às ordens do Papa. O sistema de
apelos a Roma foi definitivamente estabelecido e o Papa vetava ou confirmava os
decretos dos conselhos, anulava as decisões dos patriarcas e impunha castigos
aos dignitários eclesiásticos quando era justo.
Mas também no campo temporal, a posição
deste santo é notável. Aproveitando as oportunidades oferecidas pelas
circunstâncias, estabeleceu-se na Itália com um poder maior que o do exarca ou
do imperador e alcançou uma influência política que dominou a península por
séculos. A partir de então, as diferentes populações da Itália buscaram a
orientação do Papa e de Roma, já que a cidade do Papa continuava a ser o centro
do cristianismo.
O trabalho teológico gregoriano é menos
notável. No que toca ao desenvolvimento dos dogmas, foi importante porque assumiu
os ensinamentos dos primeiros padres e o consolidou-os em um todo harmonioso. Não
introduziu grandes novidades, novos métodos ou novas soluções para questões
difíceis e é precisamente por isso que seus escritos eram uma espécie de compendium theologiae, ou livro de texto
medieval, popularizando seus grandes antecessores. Tantas conquistas lhe
renderam o título de “Magno”, ou o
Grande; entre as pessoas de língua inglesa, ele seja homenageado como o papa
que amava os Anglos de rosto branco e foi o primeiro a ensinar a música dos
Anjos.
___________________
___________________
Fonte: Huddleston, Gilbert. "Pope St. Gregory I ("the Great")." The Catholic Encyclopedia. Vol. 6. New York: Robert Appleton Company, 1909. 11 Mar. 2018 <http://www.newadvent.org/cathen/06780a.htm>.
Traduzido por Gustavo Quaranta a partir da versão espanhola disponível em <http://ec.aciprensa.com/wiki/Papa_San_Gregorio_I_Magno>.
[Segue abaixo oração ao santo por ocasião de sua festa, a 12 de março, extraída do Missale Romanum, 1943]
OREMOS
Ó Deus, que recompensastes a alma do vosso servo Gregório, quando o introduzistes na celeste bem-aventurança, na vossa bondade concedei-nos, a nós que nos sentimos acabrunhados sob o peso de nossos pecados, sermos aliviados, por suas preces, junto de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
OREMUS
Deus, qui ánimæ fámuli tui Gregórii ætérnæ beatitúdinis præmia contulísti: concéde propítius; ut, qui peccatórum nostrórum póndere prémimur, ejus apud te précibus sublevémur. Per Dóminum Nosrtrum Jesum Christum.
OREMOS
Ó Deus, que recompensastes a alma do vosso servo Gregório, quando o introduzistes na celeste bem-aventurança, na vossa bondade concedei-nos, a nós que nos sentimos acabrunhados sob o peso de nossos pecados, sermos aliviados, por suas preces, junto de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
OREMUS
Deus, qui ánimæ fámuli tui Gregórii ætérnæ beatitúdinis præmia contulísti: concéde propítius; ut, qui peccatórum nostrórum póndere prémimur, ejus apud te précibus sublevémur. Per Dóminum Nosrtrum Jesum Christum.